Elias Duba, figura central no Madureira Esporte Clube, comanda o clube carioca há 33 anos. Seu escritório, localizado em um prédio anexo ao Estádio Aniceto Moscoso, é um reduto de decisões e ponto de observação constante do clube. Acesso restrito, a sala permite que Duba acompanhe cada detalhe, desde a portaria até o restaurante, através de um sistema de câmeras.
Aos 75 anos, Duba brinca sobre as dificuldades de acesso ao seu escritório. Problemas de saúde o forçaram a instalar um marca-passo, mas nem as limitações físicas o afastam de sua paixão pelo clube. Sua influência é tão grande que a frase “Se o ‘seu’ Duba falou, está falado” ressoa entre os funcionários.
Desde 1992 na presidência, Duba personifica o controle e a tradição no Madureira. Nascido e criado na região, filho de comerciantes do Mercadão de Madureira, ele construiu uma vida inteira ligada ao clube, onde praticou futebol de salão e conheceu sua esposa, com quem está casado há 51 anos.
Apesar de morar em Jacarepaguá e na Barra da Tijuca, sua rotina diária se concentra em Madureira, cercado por funcionários que o acompanham há mais de 30 anos. Duba brinca sobre promessas de deixar o cargo, que nunca se concretizam.
Aclamado em todas as eleições desde 1992, Duba mantém o Madureira resistente à era das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF), priorizando o patrimônio do clube, que inclui um galpão de 3 mil metros quadrados com 32 lojas.
Conhecido por seus costumes à moda antiga, Duba é famoso por distribuir prêmios em dinheiro aos jogadores por dribles e assistências, prática que se mantém fiel.
Apesar de um vice-campeonato carioca em 2006 e um acesso inédito à Série C em 2010, sua trajetória também é marcada por controvérsias, discussões com árbitros e suspensões. Duba recorda um episódio em que, revoltado com uma marcação de impedimento em um jogo contra o Vasco, arremessou uma lixeira da janela de seu escritório em direção ao bandeirinha.
Duba compara sua relação com o ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, a quem considerava um amigo e confidente. Crítico da CBF, a quem acusa de “covardia” com os clubes pequenos, ele almeja levar o Madureira de volta às competições nacionais, com um limite na Série B.
Ao refletir sobre sua longa trajetória, Duba reconhece ter cometido erros, sido enganado por jogadores e empresários, mas se orgulha de ter defendido o patrimônio do clube. Ele já vislumbra um sucessor, Rafael Magalhães, atual vice-presidente de futebol, a quem pretende passar o bastão quando estiver preparado.
Duba mantém uma relação próxima com o treinador José Mourinho, que conheceu durante negociações de jogadores para o União Leiria. Ele relembra com carinho a liderança e o talento de Mourinho, que o impressionaram desde o primeiro treinamento.
Fonte: placar.com.br


