O ex-campeão do UFC, Dominick Cruz, lançou dúvidas sobre a integridade do sistema de rankings da organização, sugerindo que os critérios vão além do desempenho no octógono. Segundo Cruz, os valores dos contratos dos lutadores influenciam significativamente tanto nas posições no ranking quanto nas escolhas de oponentes.
Em declarações recentes, Cruz explicou que um lutador com um contrato lucrativo, mesmo após derrotas, tende a permanecer em posições elevadas. Isso porque, na visão dele, a organização busca maximizar o retorno sobre o investimento, promovendo lutas de alto nível para justificar os salários.
“A forma como os rankings são feitos está relacionada ao seu último contrato”, afirmou. “Se você negociou bem e está ganhando mais do que os outros na divisão, mesmo que perca, vai continuar recebendo aquele dinheiro.”
Cruz, que se aposentou da competição em fevereiro, teve uma longa trajetória no UFC, com lutas memoráveis contra adversários como Urijah Faber, Cody Garbrandt, T.J. Dillashaw e Henry Cejudo. Ele acredita que, mesmo que um lutador no topo do ranking comece a ter um desempenho inferior, a organização continuará a lhe dar oponentes de destaque para garantir o retorno do investimento.
“Mesmo que eu perdesse o título ou duas lutas seguidas, ainda me dariam lutas no top 5 porque estou recebendo muito, eles querem me ver sendo espancado por causa desse dinheiro”, declarou.
Essa visão levanta questionamentos sobre a natureza competitiva do UFC, com debates sobre se a organização prioriza o entretenimento em detrimento do mérito esportivo. Cruz, no entanto, argumenta que, embora os rankings sejam influenciados por fatores externos, o UFC ainda é um esporte, pois todos os atletas concordam com as regras ao entrar no octógono. “A partir do momento em que um lutador aceita que os rankings não são baseados em habilidade, mas em quem as pessoas querem ver, então você é ranqueado… Ainda acho que é um esporte, apenas embalado de forma diferente, e todos nós estamos bem com isso ou não”, concluiu.